Coordenação: Prof. Marco Akerman – Docente do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP
Contato: marcoakerman@usp.br
Período: abril – em curso
Resumo da Pesquisa
Em 4 de julho de 2020, Brasil tinha 1,555,176 casos e 63,409 mortes de COVID-19, e era considerado o segundo país no mundo com maior número de casos e mortes. Entre abril e junho desse ano, realizou-se uma pesquisa com um olhar ético-político, para analisar estas estatísticas como eventos biográficos de significado para as populações mais afetadas e invisíveis. Resultados preliminares no Brasil e ao redor do mundo indicam o impacto da COVID-19 nas comunidades mais vulneráveis. No entanto, apesar das circunstâncias adversas nos territórios, líderes se mobilizaram para enfrentar o desafio. A pesquisa entrevistou informantes-chave em oito capitais brasileiras, abordando cinco pontos de discussão que foram recentemente apontados como chaves por especialistas do campo da promoção da saúde: intersetorialidade, sustentatiblidade, empoderamento, participação pública, equidade e perspectiva de ciclo de vida. Também se analisaram documentos e ações do Ministério da Saúde e das Secretarias Municipais da Saúde das capitais envolvidas na pesquisa. Identificaram-se 15 ações promotoras da saúde em comunidades. Estas ressaltaram como ação relevante, a seleção de atores locais para assumir responsabilidades específicas durante a pandemia. Esta ação em si mesma articula pelo menos três dos cinco princípios da promoção da saúde: equidade, ciclo de vida e empoderamento. Contudo, mesmo havendo escopo para ações promotoras da saúde, há limitações de infraestrutura que só podem ser mitigadas por políticas públicas. Estas ações demandam decisões deliberadas de articulação entre o governo e movimentos sociais, que atualmente é inexistente na governança nacional.